O projeto pretende conhecer melhor os impressos e as ideias em circulação entre Inglaterra, França, Portugal e Brasil, no “longo século XIX” (1789 – 1914). Seus principais objetivos são identificar e analisar os processos culturais, políticos e econômicos colocados em movimento pela circulação dos impressos e ideias em escala transnacional, analisando as apropriações dessas ideias nos quatro países.

 

Para lidar com estas questões, três eixos principais articulam as diferentes pesquisas:

1) Agentes do intercâmbio entre países (livreiros, editores, tipógrafos, editores, escritores, tradutores, ilustradores, jornalistas, censores, atores e atrizes, empresários teatrais, leitores, etc.);

2) Instituições e lugares (bibliotecas, gabinetes de leitura, redações, comitês de censores, etc.);

3) Formas materiais e gêneros textuais (jornais, revistas, livros didáticos, romances, partituras, jogos, etc.).

 

Esses elementos são investigados por 40 pesquisadores de 23 instituições de pesquisa do Brasil, França, Inglaterra e Portugal reunidos em quatro áreas principais:

a) produção de textos e impressos e sua divulgação;

b) circulação e recepção da literatura e dos espetáculos;

c) circulação e recepção de periódicos;

d) circulação de pessoas e ideias.

 

Nossa intenção é esclarecer os vários circuitos percorridos por livros e revistas da Europa para o Brasil (e vice-versa) e os caminhos trilhados pelo material no interior do Brasil. Pretendemos também medir a velocidade e a intensidade com que obras, pessoas e idéias viajavam entre Inglaterra, Portugal e Brasil e avaliar a sincronia do interesse despertado pelos mesmos livros em lugares diferentes. Esperamos, também, ser capazes de obter melhor conhecimento sobre editores, livreiros e empresários teatrais, considerando sua atividade em diferentes países e saber mais sobre os livros, revistas e peças presentes em livrarias e palcos brasileiros e europeus, dando especial atenção à tradução das obras. Finalmente, esperamos identificar o público dessas obras, examinando sua recepção crítica ao longo do século XIX.

 

Desejamos enfatizar o termo circulação pois o que importa é observar o movimento entre a Europa e Brasil e não o fluxo unilateral de idéias e mercadorias da Europa para o Brasil. Em outras palavras, queremos pensar em termos de conexão e não em termos de dependência. Leia +